domingo, 19 de março de 2023

As mulheres estão acumulando cada dia mais funções. E os direitos iguais estão sendo respeitados?


As mulheres desde muito cedo são ensinadas a fazer trabalhos domésticos e maternos como uma obrigação, enquanto meninos jogam video-game e futebol.

É certo que a sociedade vem se desconstruindo neste contexto e já podemos hoje ver exemplos de meninos sendo ensinados a fazer as tarefas básicas do cotidiano, como lavar a louça e suas próprias cuecas. O que não foi assim durante muitos séculos. Nos dias atuais alguns homens já sabem que nenhuma mulher é sua empregada.

Porém, a realidade não é igual para homens e mulheres, principalmente aquelas que são separadas, divorciadas ou solteiras com filhos(as). O trabalho doméstico acaba ficando todo para ela, assim como também o sustento com a casa e as crianças de forma integral, acumulando na mulher muitas funções e desgastando a sua saúde. 

Um estudo publicado pelo Journal of the American College of Cardiology mostra que mulheres correm mais risco de sofrer com doenças cardíacas provocadas pelo estresse, já considerada a epidemia do século pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Enquanto o homem é obrigado a pagar apenas uma porcentagem dos seus rendimentos que nem sempre supre todas as necessidades da criança. Ele continua com sua liberdade intacta, com o direito pleno de ir e vir, sem se preocupar com quem deixar os filhos(as) para ir trabalhar ou tomar uma cervejinha no bar, são raríssimas exceções do homem que detém a guarda total ou compartilhada. O que não é a realidade, pois muitos homens não conseguem sequer levar um filho na escola cedo, ao médico ou preparar refeição, sempre "joga" para a mulher mais próxima, que pode ser uma avó ou até mesmo uma nova parceira.

É aquele ditado que diz: "a mulher precisa se virar nos 30" para dar conta de tudo, ainda mais em tempos de crise econômica, uma inflação à nossa porta, empregos mal remunerados e salários ainda desiguais.

Neste cenário cruel e injusto para a mulher, somos anuladas e perdemos o direito básico que é de amar a própria vida. Trabalhamos e cuidamos tanto dos outros, da casa, dos gatos e quem cuida e segura a mulher quando ela mais precisa? 

Por Bruna Steinbach - Jornalista e Mestra em Sociologia com ênfase na Violência contra a Mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário